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Um bom livro

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Re: Um bom livro

Mensagempor Alessandra Vianna » Ter, 20 de Novembro 2012, 3:25

Ron Alon (20-11-2012, 2:19) escreveu:
Alessandra Vianna (20-11-2012, 2:13) escreveu:Eu confesso que não sou muito fã de literatura brasileira... Acho muito os livros cansativos de se ler e alguns são um pouco "desconfortáveis", "O Cortiço" (Aluísio Azevedo) e "Gabriela Cravo e Canela" (Jorge Amado), são bons exemplos. Do Machado de Assis prefiro as crônicas.

Eu gosto muito de livros de fantasia. No momento estou lendo "A vida, o universo e tudo mais", da série "Guia do Mochileiro das Galáxias", do Douglas Adams.


A Vida, o universo e tudo mais *-*

Conhece o conto "Uns braços" do Machadinho?


Esse ainda não... Eu tomei um chá Machado de Assis em 2008 (centenário de morte ou vida??), que depois que o ano terminou (foi meu último ano na escola), eu descansei e continuo descansando.

Eu comprei um monte de livros, estão na estante... Para ter uma ideia, a série do mochileiro eu comprei em 2010... eu to no 3o. livro agora!... Eu me sinto envergonhada por isso. Tenho TDAH e tudo me tira do sério quando estou numa atividade que eu necessito de atenção.
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Re: Um bom livro

Mensagempor Alessandra Vianna » Dom, 25 de Novembro 2012, 21:49

Sempre tive dificuldades para ler, eu tenho TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Eu preferia ler gibis (Turma da Mônica, O Menino Maluquinho etc.), ou estórias com imagens, pois se eu lesse um texto puro, sem imagens, eu perdia o foco... ainda perco, mas não com tanta frequência. Outra dificuldade era visualizar a cena posta no livro, mesmo com o texto descrevendo-a de forma bem detalhada.

[OFF]Minha forma de aprendizagem é sinestésica. Na escola, quando um professor explica a matéria, eu copio o que está no quadro associando ao que ele fala. Enquanto copio, ao mesmo tempo eu leio. Só assim consigo entender. Por isso, odeio quando os professores ditam a matéria.[/OFF]

Quando peguei o “primeiro livro” para ler, “Harry Potter”, senti essa mesma dificuldade. Eu nunca entendi muito bem isso. Mas quando eu assisti ao primeiro filme da série, consegui criar coragem para ler, pois já tinha uma base visual, os atores me salvaram. Mas quando passei a ler o resto, eu fui criando minha própria forma de percepção e conceito em relação aos personagens; Eles já não mais eram os atores, eu consegui criá-los a minha maneira. Sem contar que aprendi muito com a série.

Por isso, talvez, minha opinião neste caso diverge com as de vocês... Acredito que é sempre bom ler um livro que ensina alguma coisa, mas a forma como o leitor o interpreta é muito importante independente do tema.

Meu professor de língua portuguesa ensinou que em um discurso literário o que vale é a prevalência do emissor. Quando se trata de poesias, o emissor está (normalmente) expressando seus sentimentos, divagações ou rimas sem um pouco de sentido, o que faz o leitor se pôr mais em sua posição, tentar saber o que o está passando em sua cabeça, ou coração.

Porém, EU acho que quando se trata de um livro de contos, não depende mais só do autor, que está “apenas” contando uma estória, o leitor agora está incluso por meio de sua própria interpretação, não na estória em si, mas no que ela significa (para ele [E talvez, isso é o que vocês estão querendo dizer sobre aprender com um livro.]), ele saiu da cabeça do autor e fez a sua própria.

Vou citar uns exemplos:

Em “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Capitu traiu ou não Bentinho? O Machadão deixou isso no ar, ele não diz que sim e muito menos que não, cabe ao leitor obter suas próprias conclusões (Não li o livro, mas li várias resenhas).

No momento estou lendo “A vida, o Universo e tudo mais”, de Douglas Adams, que faz parte da trilogia de 5 livros (como ele dizia) “O Guia do Mochileiro das Galáxias”. Devo dizer que a série é bastante cômica e sátira. O autor brinca com o ser humano e nos faz refletir sobre o modo em que vivemos e nos apegamos a coisas completamente fúteis, além de fazer pouco caso sobre tragédias e usa do escárnio para tratar de política.

Um trecho:

“Muitos falam, com toda razão, da lendária e gigantesca Espaçonave Titanic, uma majestosa e luxuosa nave de cruzeiro, lançada dos grandes estaleiros nos complexos de asteroides de Artifactovol há centenas de anos.

De infinita beleza, estonteantemente enorme e equipada com mais diversões do que qualquer outra nave daquilo que hoje ainda nos resta da História, teve o azar de ser construída logo no início das pesquisas em Física da Improbabilidade, muito antes que este difícil ramo do saber fosse completamente – ou ao menos minimamente – compreendido.

Os projetistas e engenheiros decidiram, em sua inocência, construir um protótipo de Campo de Improbabilidade na nave, cujo propósito seria, supostamente, o de assegurar que fosse Infinitamente Improvável que qualquer coisa desse errado em qualquer parte da nave.

Não perceberam que, por conta da natureza quase-recíproca e circular de todos os cálculos de Improbabilidade, qualquer coisa que fosse Infinitamente Improvável muito possivelmente aconteceria quase instantaneamente.

A Espaçonave Titanic era uma visão incrivelmente bela, atracada como uma Baleia Megavoid arcturiana prateada entre o tracejado laser dos guindastes de construção, uma nuvem brilhante de agulhas de luz sobressaindo-se contra a profunda escuridão do espaço interestelar. Entretanto, ao ser lançada, não conseguiu nem mesmo completar sua primeira mensagem de rádio – um S.O.S. – antes de sofrer um súbito e fortuito colapso total de existência. “


Aqui o Titanic é abordado na realidade do livro (que é uma ficção científica). Sabemos que foi um navio criado para suportar a qualquer tipo de situação, além de ostentar bastante luxo. Porém por causa de um “simples” Iceberg, aconteceu o furdúncio que já conhecemos.

O Claudio nos disse para expor nossas experiências com a leitura, com os livros. Talvez aqui nós possamos trocar informações e recomendações a respeito de livros em geral. Eu gostaria muito de mudar de ideia sobre a literatura brasileira e gostaria também de conhecer a literatura portuguesa (Eu tenho um certo fascínio pelo idioma).

Bem... É isso, ficou bem grande :D Mas é a forma que eu consigo me expressar melhor. Gostaria muito de um dia poder contribuir com alguma coisa útil aqui no fórum, eu só fico nos “OFF-TOPIC” e “Notícias Gerais”, estou caminhando em passos de formiga (ou tartaruga) em relação ao Linux.

Olha, pessoas... Eu demorei praticamente uma semana, para elaborar o texto acima, espero que tenham paciência comigo, eu sou uma pessoa cansativa, para me entender e me fazer entender é um pouco demorado. Eu desde já, peço desculpas (Eu sempre peço desculpas! Repararam? Tenho medo de ofender alguém, por isso).
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Re: Um bom livro

Mensagempor Claudio Novais » Dom, 25 de Novembro 2012, 22:21

Alessandra, simplesmente vá participando pelo forum, vá navegando pelas mensagens não lidas, e comente pelos posts que lhe apetecer. Vai ver que mais tarde ou mais cedo começa a participar nas várias vertentes! ;)

Sobre literatura portuguesa, é algo estranho, mas é algo que me deu gosto ler: Memorial do Convento, de José Saramago. É incrível como aquela escrita está feita. Não existe pontuação (Ou melhor existe mas é tratada por Tu!) no entanto você lê e compreende perfeitamente onde estão as pausas. É realmente uma verdadeira obra de um Nobel da Literatura que é/foi José Saramago.

Você pode ver o artigo da wikipedia deste livro:

Eis um excerto encontrado na net nos sites de vendas do livro. A leitura é dificil, mas depois de habituar é algo normal:
Ainda que insistentemente tranquilizada pelo confessor, tem D. Maria Ana, nestas ocasiões, grandes escrúpulos de alma. Retirados el-rei e os camaristas, deitadas já as damas que a servem e lhe protegem o sono, sempre cuida a rainha que seria sua obrigação levantar-se para as últimas orações, mas, tendo de guardar o choco por conselho dos médicos, contenta-se com murmurá-las infinitamente, passando cada vez mais devagar as contas do rosário, até que adormece no meio duma ave-maria cheia de graça, ao menos com essa foi tudo tão fácil, bendito seja o fruto do vosso ventre, e é no do seu ansiado próprio que está pensando, ao menos um filho, Senhor, ao menos um filho. Deste involuntário orgulho nunca fez confissão, por ser distante e involuntário, tanto que se fosse chamada a juízo juraria, com verdade, que sempre se dirigira à Virgem e ao ventre que ela teve. São meandros do inconsciente real, como aqueles outros sonhos que sempre D. Maria Ana tem, vá lá explicá-los, quando el-rei vem ao seu quarto, que é ver-se atravessando o Terreiro do Paço para o lado dos açougues, levantando a saia à frente e patinhando numa lama aguada e pegajosa que cheira ao que cheiram os homens quando descarregam, enquanto o infante D. Francisco, seu cunhado, cujo antigo quarto agora ocupa, alguma assombração lhe ficando, dança em redor dela, empoleirado em andas, como uma cegonha negra. Também deste sonho nunca deu contas ao confessor, e que contas saberia ele dar-lhe por sua vez, sendo, como é, caso omisso no manual da perfeita confissão. Fique D. Maria Ana em paz, adormecida, invisível sob a montanha de penas, enquanto os percevejos começam a sair das fendas, dos refegos, e se deixam cair do alto dossel, assim tornando mais rápida a viagem.
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Re: Um bom livro

Mensagempor Luis Cardoso » Dom, 25 de Novembro 2012, 22:29

Alessandra Vianna (25-11-2012, 20:49) escreveu:Sempre tive dificuldades para ler, eu tenho TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Eu preferia ler gibis (Turma da Mônica, O Menino Maluquinho etc.), ou estórias com imagens, pois se eu lesse um texto puro, sem imagens, eu perdia o foco... ainda perco, mas não com tanta frequência. Outra dificuldade era visualizar a cena posta no livro, mesmo com o texto descrevendo-a de forma bem detalhada.

[OFF]Minha forma de aprendizagem é sinestésica. Na escola, quando um professor explica a matéria, eu copio o que está no quadro associando ao que ele fala. Enquanto copio, ao mesmo tempo eu leio. Só assim consigo entender. Por isso, odeio quando os professores ditam a matéria.[/OFF]

Eu sofro de semelhante problema, mas tenho uma pequena diferença, enquanto o meu irmão leva T tempo a ler um livro (ele devora-os sem dó nem piedade :p ), eu levo para aí uns 6xT para ler. Porquê? Pois, é aqui que eu apresento diferenças no relatado pela Alessandra, porque eu crio toda uma imagem que vai sendo completada a cada descrição! Depois acontece-me algo que acontece a muitos jogadores de FPS ou RTS quando estão na presença de um ambiente gráfico fabuloso. Perco-me nos pormenores a apreciar toda a paisagem, todo o ambiente da história. Já acabei muitas vezes desiludido com os filmes, por terem feito coisas aberrantes (por exemplo o Senhor dos Anéis, quem leu os livros, sabe do que falo).
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Re: Um bom livro

Mensagempor Alessandra Vianna » Dom, 25 de Novembro 2012, 22:56

Vou procurar esse livro de José Saramago. Gostei do texto "introdutório". E obrigada pela dica, sobre como usar o fórum, até favoritei o link.

Quanto as cenas dos livros... Eu não entendo a dificuldade. Às vezes quando faço uma pausa em um livro, de um dia, ou dois... sinto que tenho que ler tudo do começo outra vez, por ter esquecido o que havia lido.
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Re: Um bom livro

Mensagempor Claudio Novais » Dom, 25 de Novembro 2012, 23:00

É preciso ter gosto em ler. Eu sou assim para histórias. Porque não tenho qualquer interesse nelas. Já livros de aprender, esses tenho sim paciência, porque gosto.

Sobre o link ele aponta exatamente para o mesmo que o botão laranja no canto inferior direito da tela. Você nunca tinha reparado no botão laranja? o.0 Onde diz "Clique aqui para ver as últimas conversas"
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Re: Um bom livro

Mensagempor Luis Cardoso » Dom, 25 de Novembro 2012, 23:05

Alessandra Vianna (25-11-2012, 21:56) escreveu:Quanto as cenas dos livros... Eu não entendo a dificuldade. Às vezes quando faço uma pausa em um livro, de um dia, ou dois... sinto que tenho que ler tudo do começo outra vez, por ter esquecido o que havia lido.

:upsiu: Eu é mais quando passa uma ou duas semanas xD
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Re: Um bom livro

Mensagempor Luis Cardoso » Dom, 25 de Novembro 2012, 23:07

Claudio Novais (25-11-2012, 22:00) escreveu:É preciso ter gosto em ler. Eu sou assim para histórias. Porque não tenho qualquer interesse nelas. Já livros de aprender, esses tenho sim paciência, porque gosto.

Pois é, o mesmo se passa aqui, quem disse que os Manuais de Instruções não são leituras interessantes, é porque não me conhece! :lol:
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Re: Um bom livro

Mensagempor Alessandra Vianna » Dom, 25 de Novembro 2012, 23:07

Claudio Novais (25-11-2012, 22:00) escreveu:É preciso ter gosto em ler. Eu sou assim para histórias. Porque não tenho qualquer interesse nelas. Já livros de aprender, esses tenho sim paciência, porque gosto.

Sobre o link ele aponta exatamente para o mesmo que o botão laranja no canto inferior direito da tela. Você nunca tinha reparado no botão laranja? o.0 Onde diz "Clique aqui para ver as últimas conversas"


Gosto de ler. Mas é só escutar um barulho que paro na hora. Irritabilidade.

Acabei de ver o link laranja. :facepalm:

Déficit de Atenção... Não esqueça. As pessoas sempre arranjam uma desculpa para isso ou aquilo, mas eu devo dizer que eu sou muito desligada. Não percebo com rapidez certas coisas, outras já tenho fácil assimilação.
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Re: Um bom livro

Mensagempor Claudio Novais » Dom, 25 de Novembro 2012, 23:11

Agora já sabe! 8)

Agora quero vê-la mais participativa nas outras secções :D
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