Claudio Novais (24-09-2012, 17:33) escreveu:Atualmente, Luís, muito provavelmente esses professores ao fazerem isso podem ser responsabilizados. Atualmente com o acordo ortográfico as coisas estão a mudar e os professores que pensam que podem escolher simplesmente old-school e mais nada, podem ser condenados ao reprovar um aluno por causa disso. Infelizmente atualmente ainda existe um medo enorme por parte do aluno de acusar esse tipo de coisas, mas isso devia mudar.
Se eu apoio certos brasileirismos? Peço desculpa ao pessoal do Brasil, mas não apoio. Simplesmente não me cabe na cabeça ver alguém a dizer "startar o Windows". E estes exemplos que deste são quase a mesma coisa. Mas a verdade é esta: se estão nos conformes do AO então não podem dizer que está errado. Simplesmente achem o que quiserem em termos de opinião, mas que corrijam profissionalmente.
São estrangeirismos que acontecem normalmente. Pode ser feio mas é algo normal da língua - que é viva e que sempre vai se modificando. Só o tempo dirá se estas modificações vão ser permanentes ou serão apagadas. Mas algo que eu posso te garantir é que casos como este que você exemplificou, não são comuns. Eu pelo menos nunca ouvi ninguém dizer
startar o Windows, tanto falando quanto escrevendo.
Já temos por aqui (e creio que aí também) o verbo
deletar, que veio da tecla Delete do comuputador. Segundo o Wikipédia,
A palavra tem suas raízes no latim: delere (apagar). Passou do francês para o inglês no século XV. Na língua portuguesa, acabou derivando no adjetivo indelével, e, no virar do milênio, com a era da informática, a palavra, na forma de verbo e com seu sentido original (deletar), reaparece no português proveniente do inglês. Como verbo, a palavra "deletar" já se encontra nos dicionários de língua portuguesa mais recentes, como verbo transitivo direto.
É interessante isso. Latim > Francês > Inglês > Português. Ao invés de vir direto de Latim > Romanço > Galego-Português > Português, ela só foi voltar pra gente com o sentido original por causa do Inglês!
Ganhamos também o verbo
blogar e a palavra
blogue, que é um estrangeirismo criado a partir de
blog, uma palavra norte americana. Temos o verbo
tuitar, que vem de
tweet que veio do
Twitter.
A língua é algo interessante. Sempre com modificações que são imperceptíveis, mas sempre está ali acontecendo.
A razão deste post gigante? É mostrar que até uma construção como
startar tem base teórica e é estudada até como ciência. Mas se eu não apoio que esta palavra continue viva? Ah, por favor, não! Prefiro "iniciar" ou "reiniciar". Ou até mesmo, "dê um
restart no sistema".