O porquê deste texto
Apesar de eu usar o Ubuntu e ter dedicado uma grande parte do meu tempo nos últimos anos sobre um projeto chamado ubuntued, na verdade, e ao contrário do que muitos dizem e criticam erradamente, eu não sou parcial e defensor cego do ubuntu, até pelo contrário. Na verdade sempre fui muito crítico sobre o Ubuntu, mas de uma forma construtiva, para obter um sistema melhor, não para o denegrir.
Ora, quando tentei ligar o PC, ele nem ligava, tive de limpar as memórias RAM. Limpei e ligou. Perfeito! O boot demorou um pouco, mas depois de arrancar fiquei maravilhado (novamente!) com a super velocidade do Ubuntu 10.10. O visual pouco difere dos atuais Ubuntus, apenas tem o ambiente clássico do Gnome 2, de resto, tudo é bonito na mesma (dependendo do gosto e tema claro) e excecionalmente rápido. E é precisamente por causa deste facto que estou a criar este testemunho/depoimento: O Ubuntu já não é o que era em velocidade!
A era de Ouro do Ubuntu
O Ubuntu cresceu por vários fatores que juntos o tornaram sem dúvida na maior distribuição Linux de sempre! Os fatores ajustaram-se perfeitamente e acho que é precisamente por causa disso que hoje mesmo qualquer pessoa que queira experimentar Linux provavelmente acaba por escolher o Ubuntu.
Os fatores foram vários:
- existia uma distribuição com um sistema poderosíssimo de instalação de programas (pacotes), o Debian;
- No entanto, esse sistema era complexo, sem drivers (quase) e faltava uma parte de usabilidade fulcral que o Windows sempre tinha sido melhor até a essa altura;
- Ora o Ubuntu combatia essa falha, juntava o que era bom do Debian e ainda tinha uma parte de marketing muito boa;
- O pessoal do Ubuntu investiu muito forte na comunidade: criou o grande Forum do Ubuntu, que foi durante muito tempo o maior forum da Internet; criaram o Brainstorm; e criaram talvez o maior fator determinante deste crescimento: o Launchpad.
Como não havia nada parecido, o Ubuntu simplesmente cresceu. Muitas vezes digo que se não fosse o Ubuntu outra distro cresceria de igual forma. Talvez, só as teorias do espaço-tempo alternativo o podem afirmar tal coisa, mas tenho a certeza que uma outra distro seria um possível Ubuntu-like, mas claro que sem um launchpad tudo seria mais difícil.
Bom, o Ubuntu cresceu e completamente enraizado com a comunidade. Parecia unha e carne, não se separavam. E o sistema a cada versão ficava mais sólido e surpreendentemente mais rápido. Recordo-me que eu queria sempre instalar o próximo Ubuntu porque eu tinha a certeza que ele ia ser mais rápido, principalmente no boot. A velocidade era sempre notícia quando um Ubuntu saía.
Até que chegamos à versão 10.10, onde a velocidade tinha sido sempre melhorada constantemente e a estabilidade do sistema era elevada. Não era uma LTS, mas comportava-se como tal. Se era feia? Tudo depende da opinião de cada um e do tema que se punha. Eu por exemplo ao ligar o meu computador hoje deparei-me com este sistema das imagens abaixo, que podem ver mais neste link. Eu adorei recordar-me deste visual, constituído pelo grandioso launcher Gnome-Do, pela excelente DockBarX que mostrava miniaturas das janelas (tal como nos Windows modernos) e ainda mais uma boa quantidade de efeitos produtivos ao mover o mouse para os cantos da tela.
Juntamente com este visual e estes programas, havia o pormenor da extrema velocidade do sistema. Tudo era fluido. Tudo arrancava de forma praticamente imediata. Aliás, neste meu computador, tudo arranca rapidamente, a uma velocidade muito similar ao meu computador principal que é consideravelmente melhor: é um i5 e tem um disco SSD. No entanto as velocidades não se distinguem. Porquê? Simples, porque neste computador principal tenho um Ubuntu moderno, controverso e, acima de tudo, pesado.
A era moderna, controversa e peada do Ubuntu
Pois bem, em 2010 e 2011 o ritmo de evolução do Ubuntu talvez não fosse tão elevado como tem sido o ritmo atual do Ubuntu Touch (onde existe uma grande fome de dinheiro, compreensível e nada contra. No entanto era um ritmo sólido e eficaz. Esperava-se portanto que o Ubuntu 11.04 fosse novamente um sistema ainda mais rápido.
No entanto, tudo se desmoronou em Abril de 2011, quando o Ubuntu 11.04 apareceu. Chegou o Unity como padrão, carregadíssimo de bugs e acima de tudo super pesado. Nem o instalei no meu computador, só o usei em máquinas virtuais e nunca o recomendei. Seria eticamente mau da minha parte recomendar.
Esperei pelo Ubuntu 11.10. Resultado? Muitos dos bugs tinham sido eliminados, alguma velocidade foi acrescentada. Experimentei. Usei. Gostei muito da interface, era sólida e prática. Era sólida porque funcionava perfeitamente bem logo à partida, sem precisar de tweaks, nomeadamente para dual monitor (que uso muito); era prática pois mostrava a barra lateral que agrupava as várias janelas, tinha um conjunto de atalhos do teclado super interessante (que ainda gosto muito) e tinha o Global menu, perfeito para quem tem um monitor widescreen.
No entanto continuava lento. Paciência. Usei-o à espera que as coisas melhorassem. Chegou o 12.04. Velocidade? Talvez fosse sensivelmente mais rápido, mas acho que estava tudo igual na mesma, pesado. Voltei a esperar e saiu o 12.10, melhoraram muito na performance, mas acrescentaram funcionalidades. Resultado? Pesado na mesma. Até que saiu o Ubuntu 13.04, desta ver com maior velocidade e sem novos recursos a pesarem.
Desta vez, no Ubuntu 13.04, sentiu-se que estava mais rápido. Depois de dois anos a usar sistemas pesados, fiquei super contente pela velocidade do Ubuntu 13.04. Finalmente dizia eu. Mas.....
Mas, se compararmos novamente com o Ubuntu 10.10, a diferença ainda é grande. Aliás, tal como referi, basta comparar estes meus dois computadores com uns 10 ou 12 anos de diferença. A velocidade é praticamente igual. Por exemplo, o Nautilus (o explorador de ficheiros) abre-se talvez de forma mais rápida no Ubuntu 10.10 (no computador mais antigo).
Sinceramente acho inadmissível. Não adianta dizerem que tem novos recursos, mais efeitos e mais transparências. Não. Não tem. O meu Ubuntu 10.10 está carregado de funcionalidades de efeitos visuais. "O Compiz já era velho quando o Unity nasceu". O Unity é apenas uma interface que usa o Compiz, mas usa-o mal e por isso é pesado. O Unity para ser uma interface não devia ser um plugin do Compiz, devia usar apenas plugins do compiz e ser uma interface própria, tal como ocorre com o painel do Gnome. Portanto, não, não é aceitavel uma interface como a do Unity ser tão pesada pois ao nível de efeitos o Ubuntu 10.10 já é capaz de tudo isso (e muito mais).
Comprovar o que foi dito
Certamente que você chegou até aqui é um corajoso. O texto vai longo. E das "duas uma": ou você está a conhecer algo que não tinha dado conta; ou então provavelmente está dizer que quer provas.
E sim, eu tenho provas de que a velocidade é incrivelmente superior. Eu já tinha escrito sobre isso outrora aqui no Forum do Ubuntued.
Como sabem há muito que escrevo artigos para facilitar e dar a conhecer o Ubuntu. Juntamente com os artigos por vezes faço vídeos. Ora, na altura de ouro do Ubuntu, cheguei a gravar alguns vídeos (fazer screencasts). Uma vez que gravar vídeos do que estamos a fazer no computador requer muito processamento, o mínimo deslize de performance sente-se imediatamente num vídeo mais lento.
Por esse motivo, nada melhor que mostrar um vídeo da altura do Ubuntu 10.10 e mostrar um vídeo atual. No caso do vídeo do Ubuntu 10.10, escolhi particularmente um vídeo onde o processamento era elevado: gravei o Gnome-shell que estava em início de desenvolvimento e tem muitos efeitos visuais e gravei, se não me engano, esse gnome-shell que estava numa máquina virtual. Não tenho 100% de certezas da máquina virtual, mas acho que sim. O certo é que o Gnome-shell é carregado de efeitos. Vejam a velocidade desse vídeo que foi gravado com 100% de qualidade de imagem:
Por outro lado, e buscando o exemplo do link acima, no Ubuntu 12.04, era impossível ter algo fluído a gravar com 100% de qualidade. Fui obrigado a gravar vídeos com menor qualidade pois simplesmente não conseguia obter bons resultados. Mesmo com essa qualidade menor e mesmo não utilizando efeitos visuais como o anterior, o vídeo é simplesmente: lento. Nada fluido. Vejam:
Ubuntu 13.04 VS Ubuntu 10.10
Apenas como um extra para esta reflexão, desde que a escrevi decidi gravar um vídeo que mostra os dois Ubuntus a apresentarem os seus efeitos visuais. O comparativo é muito simples e muito pouco exato. E tem um pequeno pormenor que o devia invalidar, por não ser justo: o ubuntu 13.04 tem um computador muito mais avançado que o Ubuntu 10.10.
No entanto, não pensem que o Ubuntu 13.04 ganha facilmente, até pelo contrário! O computador mais antigo mostrou ter uma fluidez sensivelmente superior, mas muito semelhante. Numa situação normal o computador mais novo devia apresentar-se bastante mais fluido!
O meu portátil é um Intel I5 com 4GB de memória RAM; e o computador fixo é um Pentium 4 3.2GHz com apenas 1GB de memória Ram. A diferença de idades deve ser talvez de uma década. Tirem agora as vossas conclusões:
Conclusão
Portanto, em suma, desde que o pessoal da Canonical quis descolar-se de tudo o resto, distribuições normais e da comunidade, as coisas não têm sido muito favoráveis. Claro que há muitas coisas novas, modernas, excelentes. Mas isso não é trabalho da Canonical, isso foi fruto da comunidade Gnome que fez o Gnome-Shell e todas as aplicações que constituem o projeto Gnome, ao qual o Ubuntu usa praticamente na integra.
Aliás, nas últimas versões do Ubuntu, muitas das novidades que eles apresentam vêm do pessoal do Gnome. Novidades da Canonical, no geral, centram-se apenas no Unity. E são poucas as novidades. De resto, a janela toda bonita das configurações, as contas online, e mais uma infinidade de recursos, são todos eles do Gnome.
Estamos numa fase em que a Canonical está a centrar-se completamente num outro mundo, no mundo comercial dos smartphones. Claro que respeito esta atitudade, é normal procurar-se dinheiro. No entanto, fico triste em vez o Ubuntu para computadores a ficar completamente de lado. Se repararem atualmente quando o Mark Shuttleworth fala publicamente ele quase nem fala nos computadores, é só touch. A meta que ele tinha de chegar aos 200 milhões de utilizadores Ubuntu em 2015, segundo ele, só é possível com o Ubuntu Touch. Portanto aqui vê-se como o discurso foi mudado. Provavelmente por esse motivo temos visto poucas novidades que espero que as coisas comecem a ter um novo rumo.
Ver poucas novidades, ver um sistema pesado e ver o Ubuntu a "remar contra a maré", muito contra a comunidade, está a pôr este excelente sistema que tinha tudo para vingar numa posição muito arriscada. Não estou a dizer que atualmente o Ubuntu é mau, mas que estão a caminhar numa zona muito perigosa, isso estão. Não tenho dúvidas.
É precisamente por estes factos que desde há uns 20 meses que ando a dizer que o nível de conhecimento da comunidade tem descido. O Ubuntu continua a receber muitos utilizadores novos (novatos), mas tem perdido muitos utilizadores experientes, porque a qualidade está a deteriorar-se e migrar para sistemas como Debian pode dar um pouco de trabalho para mas na prática as vantagens são muitas para eles.

 
     
     
    
 
  
            








 E os efeitos que tinha era muito rápido agora habilitar os mesmo efeitos e fria ou sistema quebra tudo ao meio ou fica lento ao quadrado é acho que logo vamos ter que procurar outra distro
 E os efeitos que tinha era muito rápido agora habilitar os mesmo efeitos e fria ou sistema quebra tudo ao meio ou fica lento ao quadrado é acho que logo vamos ter que procurar outra distro   domara que não. Que ubuntu continue mas veremos no futuro com MIR
  domara que não. Que ubuntu continue mas veremos no futuro com MIR   como será?
  como será?

