Poucos dias depois, o patch que incluiu o suporte foi revertido, e logo depois surgiu a explicação em um commit da Intel, assinado em nome de "A Administração" e informando: "Não aprovamos nem apoiamos a Canonical no curso de ação escolhido por ela, e não incluiremos os patches do XMir upstream".
Ao optar pelo Mir, a Canonical optou por divergir do Wayland, iniciativa anterior e ainda em andamento, com objetivos similares ao do Mir, e suportada por uma série de projetos comunitários e empresas, incluindo a Intel, que inclusive emprega o fundador do Wayland.
Como o driver xf86-video-intel é open source, a Canonical vai poder continuar mantendo suas modificações para o XMir "por fora", como também já faz para o Mesa, xf86-video-ati e xf86-video-nouveau para poder lançar o Ubuntu 13.10 com suporte ao Mir/XMir.
Vale lembrar que os drivers para Linux mantidos diretamente pelas 2 outras principais fornecedoras de GPUs para os desktops com Linux – NVIDIA e AMD – também não suportam o XMir.
Opinião Pessoal
A Canonical tem tentado destacar-se e para o fazer tem criado projetos próprios talvez para que outras distros não reutilizem o seu trabalho investido. Parece ser contraditório, mas basta ver as inúmeras dependências de alguns pacotes que exigem, só porque sim, o Unity por exemplo. Ou então as dificuldades em instalar softwares como o Ubuntu One.
Esta contradição não é única, o próprio Android é um bom exemplo disso. No entanto, a Canonical continua a querer o apoio da comunidade, mesmo não querendo que a comunidade faça determinadas escolhas. O Wayland há muito que estava definido como o futuro servidor gráfico que iria substituir o X. Claro que o Wayland estava com um desenvolvimento lento, o que era mau para os objetivos da Canonical, mas porque não juntar-se ao projeto em vez de fragmentar ainda mais o Linux!?
A Intel é uma das empresas que mais tem apoiado o Linux nas compatibilidades com os seus próprios Hardwares. Por esse motivo, esta decisão tem valor muito grande em relação a outras empresas. A falta de suporte que o XMIR a partir de agora vai sentir junta-se a outros softwares como Mesa.
Todos estes softwares estão carregados de "tapa-buracos", o que não é nada ótimo para a elegância do sistema que obviamente traz sempre alguma redundância, falta de performance, que o diga o software mais conhecido da Canonical, o Unity.
Apesar de tudo isto o Mir continua a demonstrar ter alto potencial, mas este é mais um exemplo que nós utilizadores do Ubuntu continuamos no meio de uma confusão sem fim, onde utilizamos software a meio gás! O MIR está prometido mas não usamos. O Unity que utilizamos atualmente e quem vem no próximo Ubuntu está quase parado no tempo¹ porque não faz sentido evoluí-lo quando ele vai ser completamente descartado para o novo Unity8. E por aí vai. Com esta decisão da Intel, nem sabemos se o próprio Unity8, que vai utilizar o MIR, vai conseguir alcançar a estabilidade necessária dentro dos prazos que já são bastante alargados (Outubro de 2014).
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¹apenas as scopes evoluem pois poderão ser reutilizadas no Unity 8