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O Google anunciou (ver aqui) que deve avançar com o fork do seu próprio WebKit chamado Blink. O novo fork tem por objetivo tornar mais poderosos os navegadores Chromium e Chrome. O Opera, que tem acompanhado a compilação do Chromium no WebKit, revelou que deverá seguir o fork do Google e também passará a utilizar o Blink. Bruce Lawson, em seu blog, explicou que a necessidade do fork veio por conta da sua arquitetura de multiprocessamento de navegador ser diferente de outros navegadores usando o WebKit e que a complexidade e o custo de oferecer suporte às múltiplas arquiteturas foi diminuindo em termos de desenvolvimento.
O WebKit fornece um motor de renderização para muitos browsers e possui suas raízes no fork da Apple do projeto KHTML, utilizado para criar o navegador Safari. O código de renderização KHTML foi chamado "WebCore e Apple" no projeto WebKit, e o Google e outros interessados fizeram suas modificações para usar o código sob licença BSD. Dentro do projeto, as funções auxiliares, tais como suporte a JavaScript e acesso à rede, foram tratadas por uma coleção de código BSD de codinome WebKit.
Mas o Google, com seu motor de JavaScript próprio, o V8, tinha pouca utilidade para esse código e menos ainda para o WebKit2 (próxima geração do WebKit, que adiciona uma arquitetura de multiprocessamento ao renderizador) uma vez que já havia construído o Chrome para ser executado em um modelo de processamento múltiplo. Ao fazer o fork para criar o Blink, uma grande quantidade de código do WebKit pode se perder pelo caminho - acredita-se que cerca de 7 build systems, 7.000 arquivos e 4.5 milhões de linhas de código seriam eliminados quase que imediatamente. O Google afirma que tal ação deve levar a uma base de código mais estável e mais saudável ao longo do tempo.
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Entre outras mudanças orquestradas pelo Google, encontra-se um modelo de melhorias web "sem prefixo" . Fornecedores de prefixos têm sido utilizados durante muitos anos em navegadores para simbolizar características experimentais. Infelizmente, os desenvolvedores web frequentemente utilizaram e contaram com esses prefixos. Mas com o Blink não haverão prefixos, exceto aqueles herdados do WebKit. Em vez disso, os desenvolvedores terão que ativar recursos experimentais em uma página about:flags até que o recurso esteja adequado para ser ativado por padrão. O Google aponta que a Mozilla está se movendo em direção a uma política semelhante e que o W3C também tem explorado uma ideia similar.
De acordo com Alex Russell, desenvolvedor do Chrome, subjacente a escolha do Google está a máxima de "seguir adiante com rapidez" . Em um post em seu blog pessoal, Russell explica que mais rápido neste caso não é apenas o desempenho do código, mas a complexidade e o tempo necessário para construí-lo. Apesar do trabalho feito para acelerar o tempo de construção e tornar todo o processo de desenvolvimento mais rápido, Russell afirma que o fork irá permitir que programadores do Google iterem com o Blink, Chrome e Chromium mais rapidamentem e que eles já conhecem os benefícios da iteração rápida com o código do Chrome.
O Google já está trabalhando no Blink e o primeiro Chrome baseado em Blink deve estar disponível no Chrome 28; o Chrome 26 acaba de ser lançado como uma versão estável. O Opera está usando o Chromium Content API para trabalhar com o WebKit e deve passar por um trabalho relativamente fácil de migração para o Blink. O Google revela que, a curto prazo, o fork do Blink deve ter pouco impacto para desenvolvedores web. Uma vez estabelecido, porém, o Google obviamente pretende aumentar a velocidade de desenvolvimento de seu navegador.